Conheça a sinopse do enredo de 2024

Notícias da Portela

Para o carnaval de 2024, o sonho da GRES Portela está baseado no principal fator simbólico que dá consistência para ela ser o que é e chegar onde chegou: O Afeto. Ancestralidade cultuada no sagrado feminino, no terreiro da mãe de todas as outras que vieram depois, a Iyá centenária.

Baseado no romance “Um Defeito de Cor”, da escritora Ana Maria Gonçalves, o enredo traz uma outra perspectiva, refazendo os caminhos imaginados da história da mãe preta, Luiza Mahim. Essa poderia ser a história da mãe de qualquer um de nós, ou melhor dizendo, é a história das negras mães de todos nós.

Escolhemos este tema, que será contado através deste enredo, por entender a importância e a necessidade de celebrar e cultuar na arte, na cultura, junto do maior mecanismo de comunicação deste país (os desfiles das escolas de samba), a trajetória de uma negra matriarca que se confunde a tantas outras até os dias de hoje. Precisamos não apenas nos espelhar na história, mas principalmente valorizar as descendentes desses movimentos de coragem por amor à continuidade. Através de seu filho, Luiz Gama, sonhamos com uma carta onde o importante abolicionista responde a sua mãe sobre o legado da memória que ela deixou: o livro.

Afastados enquanto ele ainda era menino, o desenvolvimento demonstra o tamanho do orgulho que o mesmo sente das façanhas de sua heroína. Narrar essa história é como narrar a busca pelo sentido da nossa existência enquanto sujeitos negros ativos neste Brasil. Por que somos? Por que assim fazemos? Por quem lutamos? Em memória do que?

Nossos passos vêm de longe e necessitamos honrar cada pegada trilhada na dor que é ser uma negra na história afro-brasileira. Identidades plurais que são moldadas a todo tempo. A saga de uma mulher que se incorpora a tantas outras que lhe atravessam, ensinam e revigoram, em um legado de persistência na insistência de sobreviver. Inúmeras trajetórias diferentes, vivenciadas por gerações e gerações de escravizados ao longo dos anos, e sabemos, até hoje por todas as mulheres que nasceram com este defeito de cor.

Em nós, até a cor é um defeito. Um imperdoável mal de nascença, o estigma de um crime. Mas nossos críticos se esquecem que essa cor é a origem da riqueza demilhares de ladrões que nos insultam; que essa cor convencional da escravidão, tão semelhante à da terra, abriga, sob sua superfície escura, vulcões, onde arde o fogosagrado da liberdade“. – Luiz Gama

Leia a sinopse completa no site oficial da Portela

Facebook Comments