Portela na Lapa no dia 8 de junho reverencia Zé Kéti e os anos de ouro na avenida no final dos anos 1950
O Departamento Cultural da Portela realiza na quinta, dia 8 de junho, a partir de 21h, a nova edição do projeto que leva à noite mais movimentada da cidade um pouco do samba com jeitinho do subúrbio carioca. O Portela na Lapa, realizado no Espaço Multifoco, é uma roda de samba em episódios, durante as quais a atual campeã do carnaval reconta e canta sua história vitoriosa.
No livro das páginas belas portelenses, o próximo capítulo vai enfocar a era de ouro vivida pela escola nos tempos de desfile na Avenida Rio Branco, em que obteve cinco títulos em seis anos, com direito ao tetracampeonato, entre 1957 e 1960. Uma parte desta história será relemebrada pelo presidente da escola, Luis Carlos Magalhães, e pelo presidente de honra, Monarco.
Foi nesta época que outro grande baluarte portelense ganhou o estrelato: José Flores de Jesus, o nosso Zé Kéti. Apesar de atuar na ala de compositores da escola desde os anos 40, foi com a gravação de A Voz Do Morro, em 1955, que se tornou sucesso nacional. A filha de Zé Kéti Geisa Kéti estará presente para falar um pouco da trajetória do pai e do importante conjunto homônimo que ele idealizou e do qual participaram grandes sambistas como Elton Medeiros, Paulinho da Viola e Nelson Sargento, que esteve na edição de abril do projeto.
Como tem ocorrido nas outras edições, a parte musical do evento ficará por conta do Conjunto Praça XI, sexteto que se dedica à pesquisa e execução de sambas dos antigos compositores das escolas de samba e da época de ouro do rádio. O repertório inclui sambas de terreiro (ou de quadra), sambas de enredo dos primeiros tempos das escolas e partido-alto, inclusive músicas inéditas, recuperadas da memória dos personagens ainda vivos daquela época. O objetivo é mostrar obras esquecidas e valorizar o nome de compositores, alguns praticamente relegados ao anonimato.
O diretor Cultural da Portela, Rogério Rodrigues, ressalta a importância do Portela na Lapa. “Este projeto é uma iniciativa para fortalecer os laços que sempre existiram entre a o bairro boêmio por excelência e o subúrbio da cidade e nada melhor do que a história da Portela contada e cantada”, afirma. Nas duas edições anteriores, os temas foram os primeiros anos de fundação e os carnavais dos anos 40 com a chegada de Candeia e da turma do Muro à escola.
Rodrigues lembra que esta será uma data especial para os sambistas portelenses, pois no mesmo dia será apresentado na Câmara Municipal o projeto de lei que cria a Área Especial de Interesse Cultural do Perímetro de Oswaldo Cruz, que aprofunda os esforços da escola para aproximar o samba da historiografia oficial.
As demais edições do Portela na Lapa vão ocorrer em 10/8, 12/10 e 14/12.
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