FLIPORTELA 2019

Essa é a página oficial da Festa Literária da Portela.
 CONCEITO
A FLIPortela terá como característica principal e diferenciada ser uma celebração, um imenso encontro de amigos, de gostos afins, de olhares diferentes, de práticas e experiências similares e convergentes com objetivos iguais; será uma festa de cores, sons, cheiros, sonhos e lutas. Mas, será, mais do que tudo, FESTA.
E festa despojada dos engessamentos protocolares, liberta de preconceitos e espontânea como aquelas reuniões que promovemos em nossa casa e chamamos os amigos, que chamam outros amigos, que se tornam outros amigos inundando a ciranda de afetos.
Nada contra os rigores acadêmicos. Mas, gostamos da descontração dos bares, das ruas, dos botequins e das peladas de fim de semana. Tanto que nossas mesas-redondas serão chamadas “Troca-de-passes” mediadas por um clássico “center-half” ( aqui, queremos homenagear a biografia de João Baptista Vargens sobre o grande e saudoso Casquinha).
Nossos debates ora são um “Molhando a Palavra”, ora um “Dois dedos de prosa”, com um convidado ou convidada “Entregando de bandeja” o tema e outros assuntos, puxando conversa como aquele garçom ou garçonete íntimos que chamamos pelo nome ou apelido para compartilhar as ideias sobre o nosso cotidiano. Como numa mesa de bar.
Não teremos bistrôs. Nem área VIP. Criaremos a “Taberna Poética”, ocuparemos a Praça Manacea no meio do terreiro e para os nossos convidados a Área “Furdunço, Folia e Ijexá”. Para o povão circular,os camarotes em frente à Praça Manacéa serão dos “Geraldinos e Arquibaldos”.

Nossa inspiração é o olhar doce e atento de Manuel Bandeira sobre a beleza comum do dia e da noite onde há povo. Nossa inspiração é a sua “Poética” :

“Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o
cunho vernáculo de um vocábulo.Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de excepção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico

De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora
de si mesmo

De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário
do amante exemplar com cem modelos de cartas
e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

– Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.”

Divirtam-se! A casa é de vocês!

Rogério Rodrigues
Diretor Departamento Cultural 
GRES Portela

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